Tiago de Miguel Felipini – Consultor e Socio-Diretor da Alcance Rural
Produzir mais e melhor sem aumentar a área de pasto da fazenda foram as grandes questões discutidas em mais um dia de campo realizado pela parceria entre Alcance Consultoria e Planejamento Rural e Multiagro. O tema intensificação da produção a pasto foi bastante debatido entre os participantes no evento realizado dia 04 de maio de 2013.
Palestra lecionada pelo Sócio/diretor Gustavo Carneiro do Amaral
Alcance Consultoria e Planejamento Rural
A adubação e manejo de pastagem como forma de intensificação da produção a pasto atraíram cerca de 40 produtores rurais à fazenda da Serrinha, situada no município mineiro de Coração de Jesus, na região norte do estado. A fazenda possui uma área total de 820 hectares, destes, 425 hectares são áreas efetivamente empastada, dividida em 43 piquetes de Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria decumbens e Andropogon formando módulos para pastejo rotacionado.
Piquete com pasto adubado – Faz. Serrinha
Alcance Consultoria e Planejamento Rural
A região norte do estado, comparada a outras regiões de pecuária no Brasil, apresenta histórico de pouca chuva, com o período chuvoso concentrado em 5 meses do ano e presença de veranicos constantes durante a época chuvosa, além de duas grandes secas a cada 10 anos, tornando o desafio ainda maior para se produzir, intensivamente, carne a pasto exigindo melhor organização e mais conhecimento técnico do produtor.
Dados climáticos de Montes Claros, situada a 30 km de Coração de Jesus, onde a fazenda está localizada, servem como base para a tomada de decisão e elaborar metas de produção ao longo do ano.
No gráfico abaixo é possível observar o balanço hídrico negativo em grande parte do ano, sendo o maior entrave para a produção em sequeiro na região.
Apresar dos grandes desafios, a propriedade vem conseguindo êxito na produção a pasto, graças, principalmente, a um trabalho de acompanhamento técnico iniciado a 8 anos, assistido pela Alcance Rural. Trabalho esse que está longe de terminar, com metas cada vez mais arrojadas a serem alcançadas no futuro não muito distante. Segundo palavras do zootecnista Gustavo Carneiro do Amaral, toda infraestrutura para deixar a propriedade apta para o processo de intensificação a pasto está pronta, inclusive a intensificação já começou. Pontos como a redivisão de pastos grandes em módulos de piquetes para pastejo rotacionado menores, calagem das áreas com pH baixo e presença de alumínio, combate das plantas invasoras nas pastagem e recuperação e formação de novas áreas de pastagem foram concluídos, e agora o produtor trabalha com novas metas, como a adubação estratégica para taxas de lotação cada vez mais arrojadas. O objetivo é trabalhar com a lotação bem próxima ao limite que o balanço hídrico da região permite. A capacidade de suporte potencial foi calculada a partir de um modelo matemático que leva em consideração dados de pesquisas compilados, originando um método capaz de prever a capacidade suporte de acordo com os dados climáticos da região, como no gráfico abaixo, utilizando dados de Montes Claros – MG.
Potencial Produtivo em Unidade Animal por hectare.
Alcance Consultoria e Planejamento Rural
Consultando dados da literatura publicados por Aguiar 2005, nos permite ter uma ideia do potencial da fazenda, principalmente quando unimos técnicas como a adubação de pastagem e a suplementação animal. No caso da fazenda Serrinha, a capacidade de suporte prevista é de 2,78 UA/há/ano (lembrando que a média brasileira gira em torno de 0,8 UA/há/ano) exclusivamente a pasto com suplementação proteica estratégica no período da seca. Porém se implementamos um programa de suplementação mais arrojado essa produção pode aumentar ainda mais, como nos dados da tabela abaixo, em que se compara alguns graus de intensificação a pasto.
A diferença na produção de arrobas nos sistemas é 16 vezes superior, refletindo em um lucro maior, igualmente proporcional à produção de arrobas. O sistema extensivo degradado, mais comum no Brasil, é a mesma pecuária praticada na década de 70 onde o valor pago pela arroba era 3 vezes maior que o atual (se transformamos o valor na moeda da época para o atual levando em consideração o poder de compra), já o sistema intensivo, trabalha explorando o potencial do sistema, solo, clima, planta e animal a fim de produzir em grandes escalas reduzindo os custos fixos e custos de oportunidade do capital empatado, tornando o negócio mais competitivo.
O ponto chave no processo de intensificação da produção a pasto é a adubação de pastagem. De acordo com a literatura, existem algumas formas de se calcular a adubação, que vão desde boletins até métodos de elevação de nutrientes no solo de acordo com parâmetros da análise de solo, como a CTC, no caso do potássio. Porém a fazenda utiliza o método conhecido como Balanço de Massa, que foi desenvolvido levando em consideração todo o sistema, como clima, solo, teor de matéria orgânica, animal etc. Com o princípio de somente aplicar no solo a quantidade exata de nutrientes que a planta necessita para produzir a quantidade de matéria seca por hectare/ano pré estabelecida como meta de produção, essa técnica nos permite economia com adubação, podendo chegar a 50%, sem perda na produção, já o capital economizado poder ser revertido para outros investimentos importantes. A tabela abaixo mostra um dos parâmetros utilizados para se calcular a adubação, porém com o método do balanço de massa, esse modo de cálculo se torna ultrapassado.
Em um sistema cada vez mais intensivo o erro não é permitido e técnicas necessárias como a correção e adubação descritas acima, devem ser planejadas em cima de um respaldo técnico. Para aumentar a eficiência de produção intensiva em pastagem adubada outros pontos devem receber atenção especial como o manejo correto da forragem, controle sanitário do rebanho (mais eficiente devido ao aumento do número de animais por área) e a suplementação mais condizentes com a metas de ganhos entre vários outros pontos fundamentais a serem planejados no sistema. A Alcance Rural, que possui vasto conhecimento nos assuntos que envolvem este sistema, em vários estados brasileiros, fornece suporte para todas essas questões além de outras medidas a fim de possibilitar o produtor alcançar altas taxas de produção por hectare e maior lucratividade, objetivo principal do negócio.
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